O ponto de partida para compreendermos a utilização de
dinâmicas de grupo para adultos é a palavra Andragogia. Este termo refere-se à
arte de orientar adultos a aprender.
Sabemos que o aprendizado se dá através das experiências
(boas ou ruins) que vivenciamos. Estas experiências, por sua vez, podem ser
inesperadas o que, não obstante, também provoca aprendizado. Neste ponto, as
dinâmicas de grupo vêem ao nosso encontro pois permitem oportunidades únicas
para provocar o imprevisto, colocando o participante em
situações que instigam seu comportamento, emoções, atitudes e idéias.
O adulto possui uma necessidade de saber e, internamente, se
questiona o que estará ganhando ao aprender algo. Se tentamos ensinar música a
alguém desinteressado certamente teremos um indivíduo que passará à aversão por
esta ciência. Isto ocorre porque este adulto não percebeu (dentro de suas
crenças e valores do momento) nada que pudesse ganhar ao aprender música. Se, ao
contrário, este adulto vivenciasse uma experiência gratificante que envolvesse a
música e nesta percebesse um caminho para se tornar alguém melhor ou mais aceito
por um determinado grupo social, certamente teríamos um aluno curioso e
perseverante no estudo das melodias ritmos musicais.
Voltando às dinâmicas de grupo, como poderemos extrair desta
ferramenta um bom resultado sem que antes tenhamos claramente em mente qual o
nosso objetivo. Quer seja um recrutamento, treinamento ou aula, o objetivo deve
vir em primeiro lugar na hora da escolha da dinâmica. Em se tratando de um
recrutamento, o adulto já estará motivado a participar pois percebe claramente
que se ganho seria o emprego almejado mas, se nosso foco é um treinamento ou
aula, a motivação será um desafio ao facilitador. O relacionamento da dinâmica
com o objetivo principal que o facilitador tem em mente será a mola propulsora
para o sucesso da dinâmica. Quando possível, um treinamento com várias dinâmicas
que, com o apoio de outros recursos didáticos, tem o seu crescente em torno do
objetivo previamente traçado terá uma chance muito maior de envolver os
participantes. Por exemplo, se estamos tratando do trabalho em equipe, porque
não iniciar com dinâmicas simples onde os próprios participante percebam
aspectos de solidariedade, egoísmo, auto-estima, intolerância, etc. A cada nova
experiência dentro da dinâmica de grupo os participantes serão orientados,
através das palavras do facilitador, da importância do bom relacionamento humano
para o bom trabalho em equipe. Percebam que: se o adulto não souber claramente o
que ganhará com o aprendizado este não ocorrerá devido ao próprio paradigma da
não aceitação.
Adultos sempre aprenderão melhor se perceberem, nas dinâmicas
de grupo, uma contextualização com situações reais de seu dia-a-dia. Jamais
façam uma dinâmica apenas por fazer, com a desculpa de que há tempo sobrando em sua programação ou
porque não pôde pensar em nada mais apropriado à ocasião. Toda e qualquer dinâmica de
grupo, se bem aplicada, poderá servir para os mais diversos objetivos quando o
tema é educar adultos.
Boas dinâmicas!
Eduardo Fornaro
www.formador.com.br