As dinâmicas de grupo fazem parte de treinamentos, de programas educativos e de
processos de seleção de profissionais da grande maioria das empresas na hora de
avaliar comportamentos e características das pessoas. Diante disso, o analista
de sistemas Eduardo Fornaro, de São Paulo, criou, com base em seus 20 anos de
experiência em dinâmicas de grupo, um site que reúne diversas propostas, seja
para quebrar o gelo antes de uma reunião, treinar lideranças, gerir o tempo,
aumentar o espírito de equipe, entre outras.
Atualmente, há mais de 200 dinâmicas cadastradas por profissionais de Recursos
Humanos, educadores, psicólogos, entre outros profissionais que utilizam esta
ferramenta na rotina de trabalho. "Para cada objetivo existe uma dinâmica",
explica o consultor.
Segundo ele, muitas variáveis influenciam o resultado positivo ou não de uma
dinâmica. "O problema é que muitas pessoas acham que a dinâmica é algo mágico,
basta fazer para ter resultados", diz o consultor. Mas na prática não é assim
que funciona.
Além de um facilitador preparado para conduzir a dinâmica, é preciso ter claro o
objetivo, bem como o perfil da empresa, o número de participantes, o local e o
tempo disponível para realizá-la. E Fornaro garante: "Uma dinâmica bem-feita
funciona tanto para um grupo de crianças como para executivos."
Confira a seguir o passo a passo para fazer uma dinâmica de grupo:
1. O que você deseja com a dinâmica de grupo? É preciso ter claro o
objetivo, ou seja, detectar qual é a necessidade da empresa. Se for para ser
usada em treinamento, por exemplo, é necessário definir quais as características
que se quer avaliar, pois para cada objetivo, uma determinada dinâmica é
indicada. Já para recrutamento e seleção, por exemplo, o objetivo da dinâmica é
avaliar certas características, o que é desejável ou não num candidato.
Suponhamos que se busca um profissional para análise de informações. Neste caso,
a dinâmica testará o grau de concentração do candidato. "O problema é que tem
gente que quer dinâmica especificamente para contratar profissionais de vendas.
O fato é que não existe uma dinâmica específica para isso, mas outras que
analisam o que é desejável num profissional de vendas", explica Fornaro.
2. Como e onde aplicar? O número de pessoas interfere no resultado da
dinâmica. Por isso, de acordo com Eduardo, o ideal é que exista, pelo menos, um
facilitador para cada cinco, seis, até oito pessoas. "Quem faz para um auditório
de 100 está fazendo entretenimento", adverte o consultor, para quem só a
dinâmica com número limitado possibilita avaliar realmente os participantes. Com
o número fechado de participantes é preciso definir o local onde a dinâmica será
realizada. Pode ser numa sala, ao ar livre, numa lan house. "Ás vezes o
conteúdo é maçante, então o ideal é buscar um local agradável, mas que não tire
a atenção dos participantes."
3. Quanto tempo deve durar? Há dinâmicas de cinco minutos a mais de duas
horas. O aconselhável é que ela não seja muito extensa, conforme explica Fornaro.
Há dinâmicas feitas em partes, ao longo de uma semana, e podem durar 20 segundos
cada. Também vale ressaltar que os resultados ficarão comprometidos se se tentar
adaptar uma dinâmica de 45 minutos para 15 minutos. "Seguramente será um
fracasso se você não adaptá-la adequadamente", alerta o consultor. O melhor é
que dure entre 20 e 30 minutos. Vale ressaltar, no entanto, que a fixação de
conhecimentos leva mais tempo, conforme lembra o consultor.
4. Qual dinâmica aplicar? O cardápio de propostas é variado, mas a
escolha deve levar em conta o tempo disponível, bem como ter claro o perfil da
empresa e dos participantes. "As dinâmicas são flexíveis e funcionam tanto para
crianças quanto para executivos", garante Fornaro.
5. Durante e depois, o que fazer? É certo que o facilitador precisa estar
preparado para conduzir a dinâmica. Segundo o consultor, é aconselhável que o
facilitador faça anotações para avaliar a ferramenta que está usando. "Às vezes
determinada dinâmica funciona, às vezes não. O fato é que existem vários fatores
que influenciam o sucesso e o insucesso de uma dinâmica", explica Fornaro. Essas
anotações servem também para facilitar a vida dos colegas da empresa, no caso
dos profissionais de RH que, em algum momento podem consultar as dinâmicas já
feitas com a equipe e saber quais são as mais indicadas e as que não devem ser
repetidas.
6. Feedback. Se a dinâmica for voltada a funcionários da empresa é
possível dar um retorno aos participantes sobre suas performances. Já no caso de
recrutamento e seleção isso não é viável. "Às vezes não é ético, gera custos,
leva tempo", explica Fornaro. Segundo ele, o facilitador também precisa treinar
o feedback para ser claro e objetivo.
Matéria publicada no site
www.canalrh.com.br
em 31/01/2007.